sexta-feira, 7 de maio de 2010

Nas Quartas

Não atualizar o blog no dia seguinte ao jogo permite que se faça uma análise um pouco mais fria e precisa do jogão de quarta-feira. Jogo que garantiu a passagem do Flamengo para as quartas da Libertadores e, o mais importante, colocou o rubro-negro como candidato ao título. Não, antes não colocava muita fé que o Flamengo pudesse ser campeão. Mas depois de quarta, o espírito rubro-negro se agigantou, da mesma forma que aconteceu na reta final do Brasileirão. Realmente, tal como eu previ meio sem querer, a camisa rubro-negra finalmente entrou em campo na Libertadores.
O primeiro tempo do Fla foi absurdamente passivo. O Corinthians atacava, pois essa era sua obrigação, e o Flamengo se defendia meio no susto. Não acho que Rogério tenha errado na escalação. Seu pensamento de utilizar a velocidade de Vinícius Pacheco para contra-atacar as investidas do Timão estava, na teoria, correto. Mas na prática, como ele iria imaginar que Vinícius Pacheco iria fugir do jogo, se esconder, correr pra bem longe da bola? Pra mim acabou, esse provou que, como tantos, não aguenta o peso da 'armadura' rubro-negra.
David fez um gol contra e não marcou Ronaldo no segundo gol. Falhas sim, mas diante do que esse menino jogou no primeiro jogo, quando comandou a defesa, apesar da pouca idade, e anulou totalmente o Fenômeno, e diante de sua presença e do seu gol decisivo no 'jogo do hexa', essa foi apenas uma atuação pra se esquecer. David tem crédito.
Já Rogério surpreendeu mesmo ao substituir o inoperante Vinícius Pacheco por Kléberson no segundo tempo. O 'penta' entrou querendo carimbar o passaporte para a Copa e parece que conseguiu. Deu opção de jogadas ao meio-campo, abriu espaços, chamou o jogo pra si, enfim, tudo que se espera de um jogador que tem a chance de vestir a camisa do Flamengo num jogo decisivo. Como sempre, errou mais do que acertou, mas o passe para o gol de Vágner Love, logo do início do segundo tempo, fez com que ele saísse de campo com a missão cumprida.
Love é outro capítulo à parte. Mesmo mal tecnicamente em alguns momentos, ele não desiste: corre, briga, luta o tempo todo. É rubro-negro e sabe o que isso significa. Todos os esforços da diretoria do Flamengo a partir de agora deveriam se voltar para a tentativa de comprar seu passe junto ao CSKA. Vale o investimento e o retorno já está sendo dado.
No mais, o time parece vir crescendo de produção, ainda que lentamente. A entrada de Rômulo como primeiro volante deu a Léo Moura e Juan a liberdade que eles tanto precisam, já que o talento de ambos para a marcação não é muito proeminente. Angelim voltou a passar segurança e a raça de sempre e Williams parece ter voltado à velha fama de 'ladrão de bolas'. Maldonado ainda não está 100%, mas é questão de tempo. Falta encaixar um meia de ligação (provavelmente Michael) e esperar que o Imperador volte a marcar, já que essa é sua única e exclusiva função. Ou seja, falta muito pouco mesmo para que o time volte a alcançar a consistência e a objetividade do fim de 2009.
Agora, teremos a chance de revanche diante da Universidad do Chile nas quartas. Antes, o Fla estreia no Brasileirão. Pra mim, poderíamos poupar o time todo para essa primeira partida no Brasileiro e nos concentrar única e exclusivamente em golear a La U no Maracanã, e assim praticamente garantir nossa presença nas semi-finais. Depois sim, entrar em campo no campeonato nacional e tentar manter o título. Hoje sim, o Flamengo tem time e futebol pra isso. Camisa sempre teve.     

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