Não gosto de fazer análises pontuais sobre as partidas do Flamengo. Prefiro avaliar o andamento da equipe conforme os jogos vão passando. Erros de percurso, principalmente em um campeonato tão equilibrado quanto o Brasileirão, acontecem com todos os times, e são exatamente esses erros, em maior ou menor quantidade, que acabam determinando a colocação de cada equipe no final. Mas hoje abro uma exceção pra falar sobre o jogo contra o Ceará.
Nem vou falar sobre ‘pedra no sapato’, único time que nos venceu no ano’ e outras idiotices. O Ceará é time pequeno e, como tal, o Flamengo sempre vai ter a obrigação de vencê-lo. Ainda mais jogando em casa, com um elenco muito superior ao alvinegro nordestino. E foi com essa mentalidade que o Fla entrou em campo e dominou a partida, abrindo o placar com o belo gol do Renato.
O Mengão terminou o primeiro tempo vencendo e convencendo, com grandes atuações de Júnior César e Luiz Antonio (destaque para este último, que parecia jogar sua centésima partida com a camisa do time profissional do Flamengo). Futuro promissor! E essas belas atuações, aliadas a uma consistência no meio-campo, acabaram por mascarar a deficiência gritante do nosso ataque.
É chover no molhado, mas Deivid é um peso morto. Não produz, não busca jogo, não dá opções para os meias. Com ele em campo, jogamos sempre com um a menos. Diego Maurício então, desde que se deslumbrou com a convocação para o sul-americano sub-17, foi convencido por seus péssimos assessores de que é o Neymar da Gávea. Tomou um tombo com o corte da seleção para o mundial e agora precisa voltar a mostrar seu valor para a torcida rubro-negra. Pra mim, não tem volta. Esse já tá estragado. Tem que ser vendido o quanto antes, enquanto ainda pode render alguns milhões de euros.
Luxa já percebeu isso no Diego há muito tempo, tanto que evitou o máximo colocá-lo em campo. Ontem, não teve opções, teve que ir com o ‘Drogbinha’ mesmo. Ao ver sua paciência esgotar-se com nosso inoperante atacante, Luxa cometeu o primeiro erro da noite. Sacou Diego Maurício para colocar Vander. A entrada do jovem meia era esperada e necessária, mas jamais no lugar de um atacante. Vander tinha que entrar sim, mas no lugar de Bottinelli, totalmente apagado na partida.
A mexida deixou apenas Deivid no ataque. Ou seja, ninguém. O Ceará, naturalmente, avançou o time e passou a ganhar o meio-campo, já que Vander, sem ritmo de jogo, naturalmente não conseguiu apresentar um bom futebol. Logo depois, Luxa comete seu segundo erro grave: tirou Bottinelli, que deveria ter saído no intervalo, e colocou o inexperiente volante João Vítor. Sim, temos grandes promessas na base, mas isso não significa que todo garoto que veste o Manto joga bola. É o caso desse volante, comum, afoito, sem brilho.
Era o que faltava para o Ceará empatar a partida: um Flamengo recuado e, pior, acuado, diante de um adversário sem qualidade, jogando na base do ‘vamo pra cima’. Tragédia anunciada, já que vivemos a mesma situação em Salvador, diante do Bahia: vantagem no placar, Luxa coloca um volante e um zagueiro (os detestáveis Fernando e Jean), e entrega o empate de graça.
O Flamengo nunca, jamais, em nenhuma hipótese deve recuar, segurar a partida, deixar de buscar a vitória. Sempre que fez isso, em toda sua linda história, foi punido. E mesmo a tentativa patética de consertar a besteira no final, colocando o rápido Thomás no lugar do Luiz Antonio (substituição pra corrigir as anteriores, digna de técnico amador), só expôs o quanto nosso comandante errou nessa partida. Perdemos dois preciosos pontos em casa, que vão, mais uma vez e sem discussão, pra conta de Vanderlei Luxemburgo.
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